terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Existiriam corpos despolitizados?















Não sou cinéfila, mas vamos lá: assistir a Bubble, do diretor Eytan Fox, americano com cidadania israelense, mesmo três anos após seu lançamento nos cinemas, ainda é uma experiência diferente, crítica e até divertida. Cultura, geografia e conflitos políticos, ambientados em Tel Aviv, são apresentados como uma sessão da tarde para maiores de 18 anos. Bolha é o apelido da cidade cujos moradores tentam viver em paz, alheios aos conflitos palestinos. O que é "diferente" fica por conta da cultura urbana, muito "similar" a de qualquer grande cidade, até mesmo na trilha sonora e no romance não convencional que funcionam como fio condutor da narrativa. Descondicionando o olhar, do tempo e da tradição, é possível perceber relações de afeto universais. Relações que são transformadas diariamente.
No outro extremo, lembro-me de Body of lies, novo filme de Ridley Scott, cujo foco é a caça a um líder da Al-Qaeda que obviamente planeja atacar os EUA. Rodado no Marrocos, mesmo se passando na Jordânia, os conflitos, as relações de afeto e a cultura no Oriente Médio são apresentados com outra abordagem, agora bem hollywoodiana ... existiriam corpos despolitizados?

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