quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

águas de março

Vamos agendar a primeira reunião do ano? Após o carnaval, é claro. A sugestão é um debate aberto sobre os temas globalização, crises e voce. O que acham? Podemos convidar outras pessoas, de outras áreas. Ah, e conversar sobre planos para o grupo em 2009. O dia? Vamos manter a quinta-feira? Seria no dia 05 de março. E o local?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Arquitetura Brasil 500 Anos

Arquitetura Brasil 500 Anos V2
Segundo volume trata da arquitetura nacional enfocando a produção contemporânea
Foi lançado em dezembro, o livro “Arquitetura Brasil 500 Anos - o espaço integrador”. Realizado pelo Instituto Arquitetura Brasil e pela Universidade Federal de Pernambuco, este livro dá continuidade aos estudos sobre arquitetura brasileira iniciados pelo Arquitetura Brasil 500 Anos - Uma invenção recíproca, lançado em 2002.

Seu conteúdo está voltado para a produção contemporânea, detendo-se sobre temas que envolvem a arquitetura popular, os anos entre 1960 e 2000, os projetos para as cidades e para o território brasileiro.
Organizado por Roberto Montezuma, é uma edição de luxo bilíngüe (português-inglês), com tiragem de 3 mil exemplares, 350 páginas e conteúdo escrito por uma equipe de seis autores brasileiros. O livro foi organizado em dois capítulos temáticos e três capítulos cronológicos.
O primeiro capítulo se intitula Popular, e foi escrito por Maria de Jesus de Britto Leite (Juju já foi professora no Departamento de Arquitetura da UFES) e Nabil Bonduki. Os autores desenvolveram um trabalho em que a arquitetura é analisada sob dois pontos de vista: aquela feita pelo povo e a feita para o povo. O primeiro ponto de vista, desenvolvido por Maria de Jesus, “registra a arquitetura feita pelos populares para seu próprio uso e mostra um acervo arquitetônico que, edificado não apenas para ser abrigo das múltiplas atividades requeridas pelo homem moderno, também contém expressão no campo da estética”. O segundo ponto de vista, desenvolvido por Nabil, “situa histórica e politicamente as iniciativas e propostas arquitetônicas dos conjuntos habitacionais para a classe trabalhadora”.
O capítulo seguinte se chama Décadas de 1960 e 1970, e foi escrito por Mauro Neves. O autor apresenta a produção de vinte anos de uma arquitetura que, embora marcada pelos êxitos alcançados pelo modernismo brasileiro, cujo ápice pode ser estabelecido em Brasília, revela as inquietações próprias de duas décadas tão complexas. Foi a produção desse período que acabou por apontar caminhos alternativos para além do modernismo, cujos resultados testemunhamos num passado recente e procuramos compreender até hoje.
Década de 1980, escrito por Marcelo Suzuki, é um capítulo que afirma a posição pessoal do autor de não caracterizar o período pelas obras que, para outros, foram importantes no processo de revisão do modernismo. Suzuki identifica uma “dispersão” nos anos 1980 que resultou na “desarticulação” no início dos anos 1990.
Década de 1990, escrito por Roberto Montezuma, faz uma interpretação da produção arquitetônica baseando sua análise na qualidade espacial das obras. Superando a distinção entre espaços interiores e exteriores, relacionando o microespaço da unidade residencial ao macroespaço da cidade e do território, Montezuma abre a discussão que será desenvolvida no capítulo Desenhando o Futuro, escrito por Pedro Sales, que discorre sobre os projetos para as cidades e o território brasileiro. Sales mostra as linhas de pesquisa e atuação arquitetônica e urbanística que se apresentam como vetores de mudança positiva, ou seja, que apontam, de forma coerente e inovadora, para o porvir.
O livro ainda apresenta um Posfácio, de autoria de Francisco Carneiro da Cunha e uma Cronologia dos anos 1960-200, organizada por José Claudio Cruz e Silva. A edição traz mais de duas centenas de desenhos e fotos de obras de arquitetura brasileira contemporânea. Entre os fotógrafos estão Nelson Kon, Cristiano Mascoro, Leonardo Finotti, Fred Jordão, Araquém Alcântara, Pio Figueiroa e Ed Viggiani.
A edição tem patrocínios do Governo Federal (CEF), Governo do Estado de Pernambuco (Fundarpe), Chesf , Fade/UFPE, Sistema Confea/CREA e Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP ).
Fonte: Divulgação ARQBR


Introdução do volume 1:



Tem na livraria Cultura

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sexta Básica

Muito legal a iniciativa de Thaís Hilal, da OÁ objeto arte, na criação do projeto Sexta Básica, que une artes plásticas, gastronomia, música e literatura. Serão encontros mensais "que visam fomentar a cultura como elemento básico do nosso cotidiano". A primeira edição aconteceu ontem, sexta-feira, com o lançamento de uma publicação da Secretaria de Estado de MG sobre a exposição "Seu Sami" http://diversao.uol.com.br/ultnot/2008/03/17/ult4326u745.jhtm e uma exposição coletiva com obras do acervo da galeria "Cesar Cola (ES), Malú Fatorelli (RJ), Marcos Benjamim (BH), Nelma Pezzin (ES), Manoel Fernandes(RJ), Regina Chulan (ES)". A música ficou por conta do pianista Turi Collura e o jantar coletivo por Ieda Zanotti .

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Oscar Niemeyer e Brasília: criador versus criatura

Sem entrar em polêmicas a favor ou contra (minha própria opinião deseinformada!!!!),,,
Silvia Fischer sempre criticou Niemeyer: "Brasília só corre risco pela sanha do próprio Niemeyer em ficar colocando brinquinhos, penduricalhos em seus projetos prontos"... Mas como disse Bachelard "a verdade não é filha da simpatia mas do debate", da discussão fundamentada digamos...
15/ 01/ 2009 - ARQUITETURA E URBANISMO (original publicado no site da UnB)
Oscar Niemeyer e Brasília: criador versus criatura Sylvia Ficher
Coitada de Brasília, Oscar Niemeyer não gosta mais dela. Infelizmente, nãodá mais para ignorar a realidade que aí está. Infelizmente, não dá para encontrar outra explicação para o estrago que o grande arquiteto federal vem fazendo, já há algum tempo, em sua principal obra, aquela que lhe rendeu suas mais altas honrarias, aquela que lhe garantiu uma posição ímpar no ranking dos arquitetos do século XX. Tudo começou devagarzinho, primeiro a Praça dos Três Poderes sendo comidapelas bordas com o Panteão da Pátria, predinho sem graça e sem uso, verdadeira câmara escura que só serve para atravancar o espaço e impedir avista… O Superior Tribunal de Justiça, a Procuradoria Geral da República e o Anexo do Supremo vieram na seqüência, bem mais pretensiosos e ainda mais fora de escala, com suas formas gratuitas e suas metragens gigantescas - afinal,quantos mais metros quadrados, melhor o honorário…E assim, de projeto em projeto, cada vez mais intervindo na escala monumentalda cidade, cada vez mais rompendo a graça e elegância da Esplanada dos Ministérios, chegou a vez do Complexo Cultural da República, com sua nanica biblioteca - nanica, talvez, por conta de um inconsciente desinteresse por edifícios úteis - e sua cúpula-museu - nem tão cúpula assim, menos aindamuseu. De quebra, a bela Catedral Metropolitana perdeu sua ambientação urbana e, para piorar, foi estrangulada pela gravata de concreto que lhe dá uma rampasem rumo ou razão. Há coisa de dois anos, uma robótica pomba - isto mesmo, uma pomba! - seria oprincipal elemento da praça que, segundo o arquiteto, estava faltando no Plano Piloto: a Praça do Povo. Repetindo a ausência de paisagismo do vizinho complexo cultural, a cidade iria ganhar mais um árido calçadão, mais um inóspito vazio onde desde sempre havíamos convivido sem maiores problemas comum modesto gramado… E lembremos o que fora previsto para o local por seu legítimo idealizador: um espaço desimpedido destinado a atividades ocasionais,como paradas militares, desfiles esportivos ou procissões; nas própriaspalavras Lucio Costa, “o extenso gramado destina-se ao pisoteio…” (”O tráfego de Brasília”, 1960).Ao que parece, Oscar Niemeyer se esqueceu da sua dileta pomba, aquela que, como afirmara veementemente à época, deveria ser a sua derradeira contribuiçãopara Brasília e sem a qual o seu opus brasiliense estaria inconcluso. E pareceque se esqueceu também do “povo”; agora, no mesmo local a praça será da“soberania”. Lá deverá ser erigido um prédio imprescindível, seja para opovo, seja para a soberania: o Memorial dos Presidentes. E um Monumento ao Cinqüentenário de Brasília, a ser comemorado em 2010; para que ninguém deixede entender a sua complexa simbologia, nada melhor do que um chifre de concreto,de cem metros altura, descrito como obra de grande ousadia tecnológica… Tanta construção apenas para encobrir um estacionamento subterrâneo… De quebra, na maquete eletrônica (incidentalmente, o novo tipo de empulhação arquitetônica que nos oferece o maravilhoso mundo da informática) é contrabandeado de um antigo projeto vetado pelo Iphan por desrespeitar, em muito, o gabarito estabelecido legalmente para o local - uma altíssima cobertura curva para abrigar shows de música popular, a qual implacavelmente lembra “as curvas do corpo da mulher amada”, só que com redondinhos seios de silicone e já buchuda. Coitada de Brasília. Afinal, apesar de tombada, há uma portaria do Iphan que autoriza tudo isso: Excepcionalmente, e como disposição naturalmente provisória, serão permitidas quando aprovadas pelas instâncias legalmente competentes, as propostas para novas edificações encaminhadas pelos autores de Brasília - arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer - como complementaçõesnecessárias ao Plano Piloto original... (Portaria nº 314, 8/10/1992, Art. 9º,§ 3º ). Tal qual o bordão de uma famosa personagem de programa humorístico, “Oscar Niemeyer pode!! “Coitada de Brasília. Para Oscar Niemeyer, ela está aí tão somente para manter ocupado o seu escritório sem risco de concorrência. Coitada de Brasília, cujo plano piloto foi escolhido transparentemente por concurso público, agora sujeita a decisões tomadas nos gabinetes de seus governantes. Coitada de Brasília, fadada a ser conhecida daqui por diante não mais como Patrimônio Cultural da Humanidade, porém como Capital Mundial dos Unicórnios…
Ficher é arquiteta, doutora em História e professora do Departamentode Teoria e História da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.